23-06-2009
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Incapacidade nas Doenças Reumáticas e as
suas repercussões económicas e laborais
Inês Silva & Jaime C. Branco
Disciplina de Reumatologia, Faculdade de Ciências Médicas,
Universidade Nova de Lisboa, Serviço de Reumatologia,
CHLO, EPE / Hospital Egas Moniz
Reumatologia
FCM, UNL/ CHLO, HEM
Conferência Saúde e Produtividade:
O Exemplo das Doenças Músculo-Esqueléticas
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DOENÇAS REUMÁTICAS
Dimensão em Portugal
Prevalência
Sintomas M-E 30% (3 milhões)
Doença Reumática 20% (2 milhões)
Incapacidade 7% (700 mil)
Invalidez 0,5% (50 mil)
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PNCDR, DGS, 2005
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DOENÇAS REUMÁTICAS
Prevalência na população portuguesa
Doença Prevalência Nº habitantes
DRS O,1 10 mil
AR 0,3 30 mil
EA 0,3 30 mil
FM 2,0 300 mil
OA (joelho + anca) 5,0 500 mil
DRP 5,0 500 mil
OP 5,0 500 mil
Raquialgias 10,0 1 milhão
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PNCDR, DGS, 2005
DOENÇAS REUMÁTICAS
Trabalho
– Repercussões laborais das DR
– Lesões músculo-esqueléticas relacionadas com o trabalho
– Estudo PROUD (Portugal)
– questionário a 822 empresas (> 250 trabalhadores)
– resposta de 515 empresas (62,3%) = 410496
trabalhadores (11% da população laboral)
– lesões clinicamente relevantes: 5,9% (n=24269)
– raquialgias: 74,9% de todas as LMERT
– extrapolação para a população trabalhadora geral
– 220467 trabalhadores com LMERT
Miranda L et al, in press, 2009
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IMPACTO DAS DOENÇAS REUMÁTICAS
Portugal
– Prevalência DR: 20-30%
– 16-23% das causas de consultas MGF:
– 2º ou 3º lugar no consumo de fármacos
– 1ª causa de incapacidade temporária
– 17% dos casos de acamamento definitivo
– 26% dos casos de utilização de cadeira de rodas
– 30% dos casos de mobilidade limitada no domicílio
– 40-60% dos casos de incapacidade prolongada para certas AVD
– 43% dos dias de absentismo laboral por doença
– 35-41% das reformas antecipadas por doença
PNCDR, DGS, 2005
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DOENÇAS REUMÁTICAS
Impacto médico
– Problemas crónicos de saúde
– Incapacidade de longa duração
– Consultas médicas e auxílio de outros profissionais
de saúde
– Restrição dos dias de actividade
– Uso de fármacos
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DOENÇAS REUMÁTICAS
Impacto económico
– Perda de trabalho
– Reforma antecipada
– Redução das horas de trabalho
– Paragem(s) de trabalho
– Redução dos rendimentos familiares
– Cuidadores
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DOENÇAS REUMÁTICAS
Impacto social
– Custos directos
– Custos indirectos
– Custos intangíveis
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Incapacidade nas Doenças Reumáticas
Incapacidade laboral na AR:
USA: incidência de 10-12% no 1º ano da doença
prevalência de 12% aos 5 anos de doença
Suécia: prevalência de 33% aos 5 anos de doença
Inglaterra: prevalência de 27% aos 5 anos de doença
Alemanha: prevalência de 25% aos 3 anos de doença
Finlândia: prevalência de 44% aos 10 anos de doença
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Incapacidade nas Doenças Reumáticas
Prevalência da incapacidade laboral associada a outras DR:
Estudo no Minnesota (reforma precoce):
OA = 13,7%
AR = 26,3%
Causas não reumatológicas = 3,4%.
Taxas de incapacidade de EA e LES que AR
repercussão económica importante: início em idade jovem
Alemanha: dificuldade de emprego apenas para homens mais velhos e
doentes com LES 5 anos
Estudos de FM relatam pensão de incapacidade
USA: 27% doentes
Canadá: 26% doentes
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Factores de risco associados com incapacidade laboral nas DR:
Características da doença
Health Assessment Questionnaire (HAQ) score
Contagem articular
Coluna de "Bambú"
Systemic Lupus Activity Measure
Fibromyalgia Impact Questionnaire
Características do trabalho
exigência física (+ importante)
trabalho manual (problema na AR e na mulher)
trabalho semanal de 40h
dificuldades nas actividades extralaborais (insatisfação laboral)
dificuldade em trocar de emprego/recondução profissional
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Incapacidade nas Doenças Reumáticas
O tratamento médico reduz a incapacidade laboral
O controlo da actividade da doença tem efeitos positivos no
desempenho laboral
Impacto laboral do tratamento médico
Na AR: melhoria do HAQ com tratamento precoce com
Disease Modifying Antirheumatic Drug (DMARD) sugere
prevenção da incapacidade laboral
Dados recentes do uso de biológicos confirmam benefício do
tratamento adequado e precoce na manutenção do trabalho.
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Incapacidade nas Doenças Reumáticas
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Outras intervenções nos problemas laborais:
USA: programa de reabilitação _ Job Raising Program
Em 6 meses de 26% para 41% na taxa de emprego nas diferentes
DR:
aumento de autoconfiança
conhecimento de adaptações no ambiente de trabalho
Prevenção da incapacidade laboral:
processo de "acomodação":
ajuda na execução de tarefas
redução das horas diárias de trabalho
permissão de mais intervalos/ alteração de horários
mudança de ramo/percurso curricular
"acomodação" diminui a produtividade e só permitida em situações
de incapacidade acentuada.
"acomodação": prevê maior probabilidade de perda de emprego
o tipo de "acomodação" deveria ser específica para cada DR.
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Incapacidade nas Doenças Reumáticas
Avaliação da necessidade de acomodação
As ferramentas de avaliação são recentes
1. The Work Limitations Questionnaire (também válido na
osteoartrose)
• Avalia as dificuldades na execução de tarefas
2. Work Instability Scale
• Avalia a necessidade de adaptações no local de trabalho
nos doentes com AR
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Incapacidade nas Doenças Reumáticas
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(J. Rheumatol 2005; 32:721-8)
Objectivo: comparar a força de participação laboral nas diferentes doenças
reumáticas inflamatórias crónicas, avaliar a influência da duração da doença,
sexo, educação e condições do mercado de trabalho.
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Resumo
O desemprego é uma das consequências das DR.
Diminuição da produtividade e dos lucros nacionais; maiores custos.
O desemprego atribuído a DR pode ser avaliado em comparação com as taxas de
emprego dos doentes e da população em geral.
dados obtidos pela National Database of the German Collaborative Arthritis
Centers (dados de diferentes doenças reumáticas inflamatórias)
entre 1993-2001
Este foi o 1º estudo comparativo de emprego entre as diferentes DR, considerando
as população em geral e influência do sexo, educação e duração da doença.
Efeito das condições do mercado de trabalho de acordo com a área de residência
(diferenças entre República Federal da Alemanha e República Democrática da
Alemanha).
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Resultados_ caract. população
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Resultados_ avaliação de SER
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Resultados_ avaliação de SER
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Resultados_ educação
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Resultados_ multivariáveis
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Conclusões
Diferenças na participação laboral entre as DR aumentam com duração da doença.
Influência do nível educacional e das condições do mercado de trabalho entre os
doentes e a população em geral.
Nos primeiros 5 anos de AR verificou-se apenas ligeira redução de emprego
efeito desfavorável com a evolução da doença
Elevadas desproporções no desemprego per se têm de equacionar doença vs taxa de
desemprego nacional
Sistema de suporte social em cada país faz variar a % doentes empregados
Holanda: doentes empregados na fase inicial de EA vs outros países
Europa; < variação com a evolução da doença
sistema de suporte social e incentivo à reforma
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Análise individual de diferentes DR
Artrite Reumatóide
Espondilite Anquilosante
Dor Lombar
Fibromialgia e Síndromes relacionados
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Artrite Reumatóide
Afecta cerca de 0,3-1% da população
Incapacidade laboral é um dos maiores problemas clínicos e com repercussões
importantes nos custos da doença
Nas últimas 2 décadas: atitude terapêutica evoluiu de reactiva para preventiva
uso precoce de DMARDs e terapêuticas biológicas
As taxas de incapacidade variam de acordo com os sistemas sociais de cada
país
Estudo USA vs Finlândia (262 vs 364 doentes com AR trabalhadores e < 65
anos)
Doentes finlandeses > taxa de incapacidade laboral mas melhores
resultados nos “scores” de avaliação da doença (HAQ, EVA e avaliação
global)
Importância das políticas sociais de saúde: dados confirmados em
estudos anteriores
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Objectivo: comparar resultados de estudos recentes e avaliar como os
factores de risco para incapacidade laboral diferem de estudos anteriores.
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Artrite Reumatóide
Estudos recentes: a prevalência de incapacidade laboral mas mantémse
elevada ( 35 % aos 10 anos de doença).
O risco de incapacidade laboral na AR em mulheres com dg recente
também parecer estar a diminuir.
População e métodos: 953 doentes referenciados pelo Reumatologista
entre Jan 2002- Jul 2005
empregados e ≤ 63 anos;
4 entrevistas (intervalos de 6 meses)
estudo de caso (AR com incapacidade laboral) - controlo (AR
empregados em todas as entrevistas)
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Artrite Reumatóide
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Estabelecidas 4 categorias de factores de risco de incapacidade:
o Demográficas: idade, sexo, raça, estado civil, nível educacional e
rendimento pessoal.
o Factores relacionados com AR: duração da doença, HAQ, EVA, DAS,
Gravidade Global.
o Gerais: estado geral de saúde, comorbilidades (doenças pulmonares,
Enfarte Agudo de Miocárdio, AVC, HTA, Diabete Mellitus, Úlceras GI,
Depressão, etc).
o Características do emprego: nº horas/semana; dificuldade em mudar
função, exigência física, autonomia empregadora, tipo de trabalho,
presença de subsídios de doença ou benefícios de reforma, stress, ajuda de
colegas, preferências de trabalho a tempo inteiro/parcial.
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Artrite Reumatóide
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Artrite Reumatóide
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Reumatologia
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Reumatologia
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Discussão de resultados
A valorização da duração do trabalho (horas/semana) em relação às
características da doença.
contraria alguns estudos anteriores
resultados suportados por uma melhoria do estado global da doença?
resultados dependentes da definição de incapacidade?
viés de resposta por adaptação do doente às limitações da AR
duração média da doença apenas 13 anos
Perda de importância limitativa do trabalho manual: crescente nº de cargos
administrativos.
Idade é o factor de risco mais importante: as características e a gravidade
da doença são determinantes importantes de incapacidade no doente idoso.
Preferência de trabalho: poucos doentes preferem não trabalhar (estudos
anteriores referem como factor de risco que prevê incapacidade).
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Espondilite Anquilosante (EA)
(Nat Clin Pract Rheum; October 2006; vol 2 nº10, 546-553)
Objectivo: examinar o efeito da EA na participação laboral, custos da doença,
e revisão de análises de custo-efectidade dos tratamentos.
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Prevalência varia mundialmente: América do Norte e Europa 0,1-0,4%
superior: Escandinávia e Índios da América do Norte
inferior: Japão
Limitação na EA resulta: dor e rigidez vertebral, artrite periférica,
tendinite e manifestações extra-articulares (uveíte, psoríase e doença
inflamatória intestinal).
restrição na participação laboral
maior consumo dos recursos de saúde
A terapêutica biológica trouxe benefícios consideráveis no tratamento da
dor e melhoria de função na EA
Custos elevados/doente/ano (USA): $12,000-$18,000.
Necessidade de quantificar impacto económico da doença,
participação laboral e custo-efectividade tratamento.
Reumatologia
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Espondilite Anquilosante (EA)
EA_ participação laboral
Reumatologia
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EA_ participação laboral
Participação laboral: compreende capacidade de executar trabalho
remunerado e não remunerado.
Trabalho tempo inteiro
Trabalho tempo parcial
Incapacidade permanente ou temporária, reforma precoce,
desemprego, abandono laboral voluntário.
Consequências do nível de funcionamento/rendimento:
Absentismo
“Presenteísmo”
Necessidade de auxílio na execução de funções
Alteração dos horários e do tipo de trabalho
Doentes apresentam < possibilidades de progressão laboral, diminuição
salários, desmotivação, presenteísmo e a longo prazo absenteísmo.
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EA_ participação laboral
Dados Europeus (revisão 2001):
doentes empregados: 34-96%
doentes com incapacidade laboral: 3-50%
estudo Norueguês: emprego em doentes hospitalizados (63%) vs doentes de
ambulatório (89%)
estudo longitudinal Finlandês: proporção dos empregados para 96% aos 5
anos de acompanhamento, para 95% aos 10 anos, 65% aos 25 anos e 34% aos 45
anos, com aumento progressivo das incapacidades.
estudo Francês: 36% doentes empregados no início da doença retiraram-se
após 20 anos.
Conclusões: difíceis por grande variação de resultados e heterogeneidade das
amostras.
Em estudo novos grupos de doentes com EA: Alemanha, Holanda, Dinamarca,
USA, UK, Canadá e Estudo Europeu três nações. Reumatologia
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EA_ participação laboral
Novos estudos (alguns resultados):
Taxa de desemprego mais elevada no sexo masculino.
Incapacidade significativa em ambos os sexos (Dinamarca): no sistema
segurança social o doente continua a trabalhar a tempo parcial mesmo com
estatuto oficial de incapacidade laboral parcial (pensões de incapacidade +
salário).
Estudo Alemão: ambos os sexos taxa de emprego na República Democrática <
República Federal (devido à elevada taxa de desemprego nacional).
Estudo Europeu de 3 nações (Dinamarca, Bélgica e França): taxa de
emprego foi menor e o nível de incapacidade foi maior na Dinamarca devido às
regalias do Sistema de Segurança Social.
Estudo USA: taxas de emprego de 85% aos 30 anos de doença e incapacidade
laboral de 13,2% aos 21 anos de doença = melhores valores que Europa.
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EA_ participação laboral
Absentismo:
Estudo Europeu 3 nações: 50% de absentismo de 2 anos (cada país) / 10% UK
/19% Canadá (últimos 3 meses) e 14% no USA por 4 anos.
A duração do absentismo foi maior na Dinamarca
Absentismo independente da EA foi inferior ao da população em geral
Estudo USA (em 4 anos de seguimento):
30% doentes horas de trabalho;
17% mudou tipo de trabalho;
24% necessitou auxílio no trabalho
idade avançada no início da doença e trabalho manual: > incapacidade.
Factores para desemprego: ambiente socieconómico; idade avançada no início da
doença, trabalho manual, comorbilidades associadas e não-associadas com EA;
elevada actividade da doença.
Maior absentismo: elevada actividade da doença, doença inflamatória intestinal e
sexo feminino.
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EA_ custos
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EA_ Portugal
127 doentes
67,7% homens
Idade média: 48,7 anos (limites: 22/75 anos)
Empregados: 53,6%
1/5 modificou a sua actividade laboral
dias de trabalho perdidos no último ano (mediana): 5
Abandono do trabalho devido a EA: 29,1% (n=37)
34 reformados
3 desempregados
31% receberam/recebem algum tipo de indemnização devido a EA
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Miranda L et al, Acta Reumatol Port 2008
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Dor Lombar
Dados Jersey (Estudo de 1998):
• Incidência: 5,62 %/ano sem padrão sazonal
• Prevalência anual de absentismo (2561 doentes): 6,28%
• > 6 meses: apenas 3%.
• Custos em subsídios de doença por Dor Lombar (DL): £1 287 204 (cerca de 10,5% dos
custos totais consistiram em compensações por ausência de salário).
• elevados custos no desenvolvimento de cronicidade.
• retorno laboral no 1º episódio de DL: 35% após o 1º dia.
• recorrência de absentismo de 18,4% (> duração de ausência no 2º episódio)
• Dg de DL específica (ciática ou discopatia) > absentismo (45,1 dias) em relação a DL
não específica (35,8 dias).
• Dor e incapacidade na DL são desproporcionais.
• cerca de 9,2% doentes recorrem ao médico família por DL, só 22% destes
recebem atestado médico.
• factores psicológicos de incapacidade agravam os sintomas.
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Dor Lombar
Objectivos: determinar se prevalência de dor lombar crónica (DLC), e
características da população relacionadas com a saúde e a procura dos cuidados de
saúde mudou em 14 anos.
Métodos: Pesquisa telefónica em 1992 (4437 casas) repetida em 2006 (5357
casas) na Carolina do Norte.
Identificação de adultos ≥ 21 anos não institucionalizados
Dor crónica (≥ 3 meses)
Informação sobre antecedentes e procura dos serviços de saúde.
Resultados: prevalência de DLC limitativa em 14 anos (3,9% 10,2)
Aumentos: ambos os sexos, em todas as faixas etárias e raças
caucasiana e negra.
Conclusões: prevalência da DLC limitativa aumentou significativamente na
Carolina do Norte, com maiores níveis de incapacidade e de uso dos serviços de
saúde.
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Dor Lombar (USA)
• Segunda causa de incapacidade nos adultos
• causa comum de absentismo laboral (149 milhões dias trabalho/ano)
• custos: 100-200 biliões dólares/ano (2/3 por baixos salários e
produtividade)
• Mais que 80% população: 1 episódio de dor lombar na vida.
• a maioria benigna (95% resolve em poucos dias/meses)
• alguns evoluem para DLC
• dor recorrente (20-85%).
• Crescente uso dos Cuidados de Saúde nos últimos 20 anos.
• Crescente uso de injecções epidurais, cirurgias e medicação com opióides.
• Crescente uso de prescrição médica, visitas ao médico, fisioterapia e
recurso a outros profissionais de saúde.
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Fibromialgia
(Journal of Rheumatology 2003; 30:4; 804-8)
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555 doentes preencheram questionário de autoavaliação, sobre estado
económico, ocupacional e social e sintomas da doença.
5 grupos:
SFC
FM
SFC+FM
FCS (Fadiga crónica sub-sindromática)
MED (outra situação médica associada a fadiga).
Reumatologia
FCM, UNL/ CHLO, HEM
Conferência Saúde e Produtividade:
O Exemplo das Doenças Músculo-Esqueléticas
AESE, Lisboa, 23/06/2009
Fibromialgia
23-06-2009
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Fibromialgia
Reumatologia
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Fibromialgia
Reumatologia
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23-06-2009
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Fibromialgia
Resultados confirmam estudos anteriores.
Os doentes com FM apresentaram a maior taxa de perda de emprego
relacionada com a doença, cujas causas foram:
tarefas repetidas
ortostatismo ou posição sentada prolongados
stress
Consequências económicas significativas.
Diminuição da interacção social e actividades lúdicas (distúrbios de humor).
Resultados mais preocupantes: FM e SFC+FM.
Necessidade de motivar adaptações nos locais de trabalho e cooperação
familiar.
Reumatologia
FCM, UNL/ CHLO, HEM
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Conclusões Finais
Incapacidade laboral continua a ser um problema primordial para os doentes
com DR.
Este problema pode agravar-se no futuro, à medida que o limiar para a idade
da reforma aumenta.
A importância da gravidade da doença como factor de risco de incapacidade
sugere que melhorias no tratamento médico possam diminuir o nível de
incapacidade.
A importância das características do trabalho e da exigência física das funções
sugere que medidas não médicas também são necessárias (processo de
acomodação no emprego e extra-laboral, mudança de emprego, esforços na
tentativa de recuperar uma actividade profissional).
Ferramentas de avaliação estão em desenvolvimento para auxiliar os clínicos a
identificar os doentes em risco que necessitam de intervenção.
Reumatologia
FCM, UNL/ CHLO, HEM
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O Exemplo das Doenças Músculo-Esqueléticas
AESE, Lisboa, 23/06/2009